29 - A Moderna Ilha dos 400 Anos
Autor: Aldy Mello
 
Era uma vez uma ilha que não era tão grande como se dizia, tão famosa como se falava ou tão bonita como se pensava.  Mas era uma ilha descoberta por franceses no século XVII, capital de um estado brasileiro, nem tão pobre como diziam os noticiários, nem tão o rico como diziam os políticos, e os governantes, pois era apenas um estado. Um dia essa ilha completou 400 anos de existência e seus mandatários prepararam uma extraordinária festa para comemorar seu quarto centenário. Houve comissão de festejos com orçamento próprio, houve medalha e selos comemorativas, houve slogan e marca representativa do aniversário e até um relógio público que assinalava a contagem regressiva para o evento de extraordinário acontecimento.

Toda a cidade parecia viver em torno dos 400 anos da ilha. Durante todo o ano, desde as primeiras horas de 2012, ainda em pleno Réveillon, viveu-se em função das festas, e por todo lugar pipocavam eventos e comemorações celebrativas, como se essa ilha fosse a mais velha existente no país, e os seus 400 anos fossem algo vital para se comemorar seu passado e garantir seu futuro.  Todos os setores disputavam lugar e hora para expor suas homenagens. Eram congressos, exposições, seminários, shows artísticos, almoços, jantares, condecorações, enfim, uma programação maior do que a própria ilha. Os governantes tinham uma programação oficial, as entidades de classe disputavam lugar nessa programação, os órgãos públicos queriam ser incluídos também, os colégios, os sindicatos, as universidades, os poderes legislativo e judiciário, todos queriam ser partes ativas no calendário de eventos da ilha. Foi um grande corre-corre para acertar a ansiedade de todos e garantir na programação um lugar de destaque.

As velhas igrejas da ilha, seus templos, seus casarões em decadência, parte de tudo isso foi restaurado, embora se tratasse de uma restauração de fachada, para agradar os turistas que poderiam vir à festa. Os 400 anos da ilha aconteciam em plena modernidade, na era dos aplicativos do PC, do IPAD e dos tabletes Andróide, da Internet descontrolada, das redes sociais e livres. Em vez do Mágico de Oz. como no início do século XX, assistia-se SEREK, em vez das sinfonias e minuetos ouvias-se “ai se eu te pego” de Michel Telo e as músicas do deslumbrado Luan Santana.

Muitos dos mandatários da ilha eram nossos velhos conhecidos, figuras já testadas e retestadas na vida pública do estado e da cidade. Movia-se uma esperança que a moderna ilha de 400 nos pudesse ter um decente sistema de transportes coletivos (cogitou-se até metrô), melhoria de suas ruas e avenidas, da recuperação de suas praças, enfim, de uma substantiva melhoria na qualidade de vida da população da ilha. A vida da cidade estava sendo movida pelas comemorações dos 400 anos da ilha. Gente de todos os escalões se movia e procurava os mandatários em seus gabinetes fechados e preservados, maravilhando-se com as sandices dos eventos programados oficialmente para o quarto centenário da ilha. Fazia-se de conta que se ouvia as palavras ou as ideias dos habitantes da ilha, mas o que se queria mesmo era enaltecer pessoas e garantir o culto às personalidades, ação praticada nas terras da ilha, cuja louvação às pessoas era constante. Depois dizem que o padre Antônio Vieira não tinha razão.
 
 
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